sábado, 29 de setembro de 2018

AMOR-PRÓPRIO NO COMBATE AO SUICÍDIO

Por Néa Tauil

A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2014 por uma iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV) — uma ONG voltada à prevenção e apoio emocional em relação ao suicídio — em parceria com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria. 




Com certeza, é uma iniciativa preciosa, mas penso que se as pessoas fossem conscientizadas sobre o fato de que a infância afeta a idade adulta e, consequentemente, para uma sociedade ter pessoas desejando viver e não morrer, a prevenção deve estar centrada no tipo de tratamento que uma criança recebe durante o seu desenvolvimento infantil. Ou seja, uma criança que nasce, cresce e desenvolve-se, num ambiente onde ela é respeitada, tratada com amor, consideração e orientação honesta para viver no mundo, tem tendência a apresentar na vida adulta uma Família EU com características de uma programação interna positiva e saudável, que conduz ao amor por si mesmo e pelos outros, possui boa autoestima, acredita em seu potencial, confia em si mesmo, gosta da própria companhia, sente prazer na vida e, não a necessidade de matar ou morrer, enganar, mentir, ferir a si mesma e os outros, simplesmente porque não terá como tarefa inconsciente reprimir experiências de crueldade. Porém, uma criança tratada com agressão, castigo, humilhação, manipulação, negligência das suas necessidades, que foi enganada, explorada, inclusive sexualmente, etc. tende a carregar dentro de si uma Família Eu com características de uma programação interna negativa e destrutiva, que conduz ao ódio por si mesma e pelos outros, possui baixa autoestima, não confia em si mesmo, se desmerece, achando que é feia, ineficiente, chata, incapaz, inadequada, errada, inferior, tola, culpada, má, etc. Além de ter como tarefa inconsciente, reprimir as experiências traumáticas geradas pelos abusos (físico, psicológico e sexual) que, embora permaneçam inconscientes, vão encontrar expressão na vida adulta, em seus atos destrutivos contra si mesma ou contra as outras pessoas. 


Dessa forma, podemos dizer que a percepção do suicídio, como forma de findar o sofrimento, pode estar atrelada a diferentes adversidades enfrentadas pela criança ou pelo jovem que não aprendeu a amar a si mesmo, bem como não encontrou espaço para falar sobre o que estava sentindo, possibilitando que a dor saísse por meio de palavras, e não por atos de agressão contra si e contra os outros. Então, aprenda e ensine amor-próprio, pois o amor -próprio é uma ferramenta poderosa para a sobrevivência. 



Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)
Néa Tauil - Idealizadora do movimento social - Família EU: educando para o amor-próprio.
Site: www.familiaeu.com.br
Página Facebook: /familiaeu8 – Instagram: familia.eu –

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