quinta-feira, 14 de março de 2013

¨CURA GAY¨

Por Néa Tauil

Em pleno século XXI, toda essa discussão sobre ¨cura gay¨ é uma grave ameaça à saúde e ao bem - estar das pessoas afetadas. Quando se fala na cura do câncer, pensa-se na maneira de extirpar uma doença. Pois, é nessa acepção do verbo curar que ele é usado na expressão ¨cura gay¨: extirpar de uma pessoa a ¨doença¨ de ter desejo sexual orientado para o mesmo sexo. Isso agride o conhecimento científico que rege a Psicologia e a Medicina, desde que se convencionou internacionalmente que a orientação homossexual não constitui uma doença.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) condena tratamentos para ¨curar¨ homossexualidade. Em comunicado divulgado no dia 17 de maio de 2012, Dia Internacional contra a Homofobia, a Diretora da OPAS/OMS, Mirta Roses Periago afirmou que ¨a homossexualidade não é um transtorno nem requer cura. Em consequência, não existe indicação médica para a mudança de orientação sexual¨.
O comunicado destaca que há consenso profissional de que homossexualidade é uma variação natural da sexualidade humana e não pode ser considerado como condição patológica. Contudo, vários órgãos das Nações Unidas constataram a existência de ¨clínicas¨ e ¨terapeutas¨ que promovem tratamentos que pretendem mudar a orientação sexual de não heterossexuais. Não há estudos científicos que demonstrem eficiência de esforços nesse sentido.

Entretanto, há muitos testemunhos sobre graves danos à saúde mental e física que tais serviços podem causar. A repressão da orientação sexual vem sendo associada a sentimentos de culpa, vergonha, depressão, ansiedade e até mesmo suicídio. Como agravante, há um crescente número de relatos de tratamentos degradantes e de violência física e sexual como parte da  ¨terapia¨, geralmente oferecida ilegalmente.

O documento faz um apelo para que governos, instituições acadêmicas, associações profissionais e imprensa exponham essas práticas e promovam o respeito à diversidade. ¨As práticas devem ser denunciadas e sujeitas as sanções dentro da legislação nacional". 

Na verdade, a orientação sexual é uma realidade que precisa ser compreendida e aceita para que possamos deixar de nos enganar e julgar com base em aparências, acreditando que a única expressão da sexualidade que existe é a heterossexual e as outras formas de expressão são doenças. Aqueles que não respeitam a diversidade na manifestação da sexualidade e ainda se acham no direito de condenar pessoas por causa de sua forma de viver ou de sua condição que difere da heterossexualidade, são pessoas em que suas mentes estão presas a um sistema de falsas crendices, preconceitos e tabus, pois é ignorância pensar que a heterossexualidade é a única manifestação do desejo afetivo-sexual, interpretando as demais manifestações como doenças e dignas de sanção moral. Nesse sentido, são os propositores de ¨cura gay¨ que necessitam de tratamento psicológico, pois quando se julga alguém, nunca se pensa de fato sobre si mesmo, e o que se vê são pessoas projetando inconscientemente  - nos outros - atributos pessoais, sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, sejam emoções de qualquer espécie. Isto é, ao invés de a pessoa reconhecer o que desgosta em si, ela projeta em outra pessoa, sem perceber que tudo o que  gosta ou detesta no outro é porque tem em si. 

Sem dúvida, ao invés de pretender impor padrões de comportamento, excluindo a singularidade subjetiva inerente ao ser humano, reforçando preconceitos e a exclusão social, o melhor caminho é aceitar as diferenças e entender que existem várias maneiras de amar e, portanto, diferentes variáveis sexuais. Cabe, então, a cada um de nós refletir e questionar a própria sexualidade e não a dos outros, pois qualquer tratamento que diz curar homossexuais é infundado, já que nenhum profissional tem ferramentas para mudar a orientação sexual de uma pessoa





Fonte: Comunicado ONUBR - Nações Unidas no Brasil
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quarta-feira, 13 de março de 2013

ABORDAGEM DA SEXUALIDADE NA PRÁTICA PSICOTERÁPICA


ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA PSIQUE
 EDIÇÃO NR 80, AGOSTO 2012 - EDITORA ESCALA - SÃO PAULO




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PORTAL CIÊNCIA & VIDA - REVISTA PSIQUE






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