domingo, 29 de setembro de 2019

FAMÍLIA EU - DESENVOLVIMENTO INTEGRAL HUMANO

Por Néa Tauil


Aproveito a Campanha Setembro Amarelo para falar mais uma vez sobre a importância em educar para o desenvolvimento integral humano, ou seja, educar para a Família EU. Educar para a Família EU significa ensinar a pessoa a relacionar- se consigo mesmo por inteiro, isto é, com a sua Família EU (eu físico, eu mental, eu emocional, eu sexualidade, eu nutrição, eu espiritual, eu financeiro, eu social e muitos outros), possibilitando assim o desenvolvimento do amor-próprio para que a criança - o adulto de amanhã - possa aprender a nutrir e praticar amor-próprio integradamente, com todos os eus da sua Família EU. Isso significa que não basta educar apenas para o bom desempenho acadêmico, também é preciso educar para que a pessoa tenha maior capacidade de amar e cuidar de si , isto é, dos diversos eus que compõem a sua Família EU e assim ser capaz de amar o próximo. Lembrando que o próximo é tudo aquilo que tem vida.
Amando a si mesmo a pessoa terá predisposição para superar as adversidades e menor probabilidade de se engajar em comportamentos de risco, pois ao adquirir um melhor conhecimento sobre si mesmo a pessoa é capaz de nutrir e praticar amor-próprio, desenvolvendo a capacidade de gerar emoções positivas e auto-motivação para prevenir transtornos como ansiedade e depressão. Atualmente a depressão é uma das doenças mais frequentes, um problema de saúde pública. E é uma doença potencialmente fatal. O suicídio figura como uma das principais causas de morte no mundo. Por ano registra-se quase um milhão de mortes por suicídio e a depressão é o maior fator de risco para isso.

É fato que a infância afeta a idade adulta e, consequentemente, para uma sociedade ter pessoas desejando viver e não morrer, a prevenção deve estar centrada no tipo de educação que uma criança recebe durante o seu desenvolvimento infantil.
Cabe ressaltar, que a percepção do suicídio, como forma de findar o sofrimento, pode estar atrelada a diferentes adversidades enfrentadas pela criança ou pelo jovem que não aprendeu a amar e lidar com os diversos eus da sua Família EU.

Então, vamos aproveitar a Campanha Setembro Amarelo para também repensar a educação e transformá-la em uma educação que prioriza o desenvolvimento integral em prol de uma humanidade mais amorosa e feliz.


Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)


Néa Tauil - Psicóloga, psicoterapeuta e Presidente do movimento social - Família EU: educando para o amor-próprio.

domingo, 8 de setembro de 2019

SURPREENDA-SE COM A FAMÍLIA EU DO POETA FERNANDO PESSOA

Por Néa Tauil


Na literatura, Fernando Pessoa é um exemplo clássico sobre a existência dos muitos eus que compõem a Família EU. Ele mesmo se afirma, com razão, de que era mil poetas em um. Ou seja, mil EUS em um. Pessoa, nascido em 1888, em Lisboa, inventou vários heterônimos – personagens com vidas, personalidades e estilos de escrita próprios – e sob o nome deles escreveu grande parte de sua obra poética. Veja uma pequena parte do que ele mesmo disse sobre a manifestação dos seus EUS - heterônimos: “Criei um círculo social inexistente. Fixei aquilo tudo em moldes de realidade. Ouvi, dentro de mim, as discussões e as divergências de critérios. Parece que tudo se passou independente de mim”.
Cada eu da Família EU é diferente, apresentando características e necessidades próprias, como os heterônimos, que são autores fictícios que possuem personalidade própria. Sendo assim, o autor assume outras personalidades. Cada uma delas seria uma pessoa real, com manifestações artísticas próprias e diversas do autor original, que é chamado de “ortônimo”.
Estudos indicam que Fernando Pessoa assinou textos com cerca de 70 nomes diferentes. Há quem considere que todos eles são heterônimos de Fernando Pessoa. Os três heterônimos mais conhecidos de Pessoa (e também os de maior obra poética) são Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro. Um quarto heterônimo importante é o de Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego. Bernardo é considerado uma espécie de semi-heterônimo por ter muitas semelhanças com Pessoa e não possuir uma personalidade distinta, contrariamente aos três primeiros, que possuem até mesmo data de nascimento e morte — à exceção do citado Ricardo Reis.
De fato, Fernando Pessoa são muitos poetas. Se o Pessoa original nasceu em Lisboa no dia 13 de junho de 1888 e faleceu na mesma cidade, aos 47 anos, em 30 de novembro de 1935, seus heterônimos têm diferentes datas de nascimento e de morte, à exceção de Ricardo Reis, que não tem data de morte. A invenção de tais heterônimos atravessa toda a obra de Pessoa. Talvez, essa tenha sido a forma que encontrou para se relacionar com os diversos eus da sua Família EU. 

Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)
Nėa Tauil – psicóloga, psicoterapeuta e idealizadora do movimento social Família EU: educandoparaoamorproprio
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