sábado, 19 de outubro de 2013

INTOLERÂNCIA SEXUAL

Por Néa Tauil

Na história da humanidade é possível verificar que havia uma cruel intolerância à diferença na expressão da sexualidade.



Observa-se que, em escala e intensidade muito menores, essa diferenciação em pleno século XXI não superou a herança de ter um significado negativo dentro do contexto sociocultural, cujo objetivo está focalizado em um ideal que visa à norma.

Obviamente é um ideal inatingível, porque as fronteiras são sempre rompidas, de modo que a sexualidade humana passa a ser discutida como transgressora da norma, pondo sob questionamento o fato de ser a sexualidade negativa e não positiva, na medida em que infringe as normas.

intolerância tenta eliminar qualquer coisa que seja diferente e a nossa intolerância com os outros é sempre um reflexo da intolerância que demonstramos com nós mesmos, porque aquilo que julgamos ou condenamos em outro é uma parte rejeitada de nós mesmos.

Cada um de nós, conforme as experiências de vida que tivemos, temos um ponto de vista diferente das coisas, portanto, uma moral diferente. Crentes de que o nosso ponto de vista é o certo, julgamos as pessoas, ignorando os sentimentos alheios, pois quando adotamos a postura inflexível da intolerância, somos incapazes de ser empáticos e aceitar as diferenças



Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)


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domingo, 8 de setembro de 2013

DIFERENÇAS NÃO SÃO DEFEITOS

Por Néa Tauil

Evidentemente que reduzir o conhecimento sobre sexualidade ao aspecto reprodutivo é algo histórico e moralista.

A sexualidade é um direito humano e ampliar o conhecimento sobre a prática sexual também o é.

Vale lembrar que distorções, mitos, preconceitos e tabus, causados principalmente por falta de conhecimento sobre sexualidade exercem influência negativa no contexto familiar, social e cultural.

É preciso desconstruir na atualidade a indisponibilidade para refletir e discutir o tema sem dificuldade e vergonha, pois uma verdadeira educação para a sexualidade pode contribuir para a diminuição de posturas indevidas e inadequadas diante do tema.

É importante reconhecer que sexualidade não se restringe ao ato sexual, inclui as fantasias e ideais que cada pessoa constrói sobre si e para si em função de suas experiências de prazer e satisfação.

A experiência sexual tem significados diferentes para cada indivíduo e, uma forma de apropriação pessoal de uma sexualidade sem culpa é o conhecimento mais profundo de mitos, tabus e da realidade acerca de nossa própria sexualidade. Nunca é demais ressaltar que preconceitos, mitos e tabus sexuais são construções culturais que negam o direito à identidade e a prática de uma sexualidade plena.









segunda-feira, 29 de julho de 2013

POR UMA SOCIEDADE PLURAL

Por Néa Tauil

Hoje, apesar do enorme volume de informações de que dispomos acerca da sexualidade, tal conhecimento não se mostra suficiente para eliminar a discriminação, o estigma, o medo e a violência que impõe ameaças reais para muitas pessoas. 

Foi uma vivência única participar do Debate Diálogos promovido pela Secretaria Executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social ( CDES-RS), com a apresentação do Sistema Nacional de Promoção de Direitos e Enfrentamento à Violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário. 

A questão da sexualidade, bem como de sua prática, é na sociedade brasileira um fenômeno que precisa ocupar um lugar privilegiado nas discussões acadêmicas, passando pelas preocupações e a construção de projetos na área de Saúde Pública, até a elaboração de planos de governo de cunho eminentemente político.

No ano passado, segundo o relatório divulgado pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH), foram registrados 3.084 denúncias de violência contra homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais; e mais de 9,9 mil violações de direitos relacionados à população LGBT. A estatística envolve 4,8 mil vítimas e 4,7 mil acusados. Esses números indicam aumento de denúncias e de vítimas envolvidas.

 Uma importante contribuição para a prevenção contra a homofobia seria por meio de uma verdadeira educação para a sexualidade, as práticas sexuais, o respeito à diversidade de expressões, direito à não-violência e à igualdade para todos independente do gênero e da orientação sexual.

Podemos contribuir e construir uma sociedade em que as pessoas devem se sentir confiantes e seguras ao expressar a sua própria identidade sexual.

Diálogos CDES - RS são espaços de debates, temáticos ou regionais, abertos à participação da sociedade civil, onde se promovem a escuta e a troca de ideias sobre temas relativos ao desenvolvimento econômico e social.
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quinta-feira, 11 de julho de 2013

IGUALDADE E NÃO DISCRIMINAÇÃO

Por Néa Tauil

Na civilização ocidental a sexualidade foi ignorada por 25 séculos, até o surgimento de Sigmund Freud. Ele propôs outra maneira de pensar o indivíduo, cuja constituição não pode ser separada da sexualidade e, agora, voltamos ao período anterior a ele. Há até quem defenda a ¨cura Gay¨.
As vozes da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, Travestis e Transexuais) nas ruas conclamando a todos para reconhecer a DIVERSIDADE SEXUAL e mobilizar as autoridades  a favor da criminalização da homofobia revela a triste realidade de preconceito no mundo.

Nem todas as pessoas sabem, mas existe uma Carta de Direitos Sexuais e Reprodutivos que tem por objetivo a promoção e proteção dos direitos e liberdades sexuais e reprodutivas em todos os sistemas políticos, econômicos e culturais. Veja a carta, autoria da Federação Internacional para o Planejamento da Família (IPPF)  em www.apf.pt/cms/files/conteudos/Carta%20dos%20Direitos.pdf.  e descubra que ¨ Direitos Sexuais são Direitos Humanos relacionados à Sexualidade¨.

A Federação Internacional para o Planejamento da Família (IPPF) é provedora mundial de serviços e liderança na defesa da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos. É um movimento mundial de organizações nacionais trabalhando junto a comunidades e indivíduos. Trabalham ¨por um mundo onde mulheres, homens e jovens em todos os lugares tenham controle de seus próprios corpos e, portanto, de seus destinos. Um mundo onde todos sejam livres para optar ou não pela paternidade ou maternidade, livres para buscar vidas sexuais saudáveis, sem medo de gravidezes indesejadas e infecções sexualmente transmissíveis, inclusive HIV. Um mundo onde o gênero ou a sexualidade não mais sejam uma fonte de desigualdade ou estigma.¨ Reconhece-se que é importante para a saúde e bem-estar, salvaguardar nossas escolhas e direitos.



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domingo, 26 de maio de 2013

SAÚDE SEXUAL

Por Néa Tauil



Ao longo dos tempos, muito se tem falado sobre a saúde sexual, isso porque o exercício da sexualidade pode ser fonte de prazer e de expressão de sentimentos profundos, próprio do encontro amoroso, como também pode ser a causa de grandes problemas decorrentes  dos valores culturais, mitos, tabus,  preconceitos, desigualdades, comportamentos de risco, entre outros. 

O conceito de saúde sexual diz respeito ¨a habilidade de mulheres e homens em desfrutarem e expressarem sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e discriminação. A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima, que implica abordagem positiva da sexualidade humana e respeito mútuo nas relações sexuais. A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais e a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é enriquecedora, inclui o prazer e estimula a determinação pessoal, a comunicação e as relações¨. ¹

Considerando tudo isso, cabe a cada um de nós questionar a própria saúde sexual com o propósito de combater possíveis inibições e limitações provenientes dos velhos mitos, preconceitos e tabus, com suas proibições, interdições e sentimento de culpa em relação ao sexo. A necessidade de combatê-los se dá por serem contrários ao direito à identidade e apropriação de uma vida amorosa e sexual satisfatória. Como se vê, a função do sexo não é só a reprodução, mas também proporcionar prazer, alegria,  satisfação... Dessa forma, é possível afirmar que só podemos ter saúde sexual, se deixarmos de olhar o sexo com preconceito.




 Referência:
1   HERA, Direitos Sexuais e Reprodutivos e Saúde das Mulheres: ideias para ação, 1999. Disponível em Hera ( Health, Empowerment, Rights and Accountability - Saúde, Empoderamento, Direitos e Responsabilidades), grupo internacional formado por mulheres que atuam no campo da saúde, desenvolvendo um trabalho de escopo mundial para garantir a implementação dos acordos estabelecidos na CIPD e na IV Conferência Mundial sobre a Mulher. www.iwhc.org/hera.


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sexta-feira, 26 de abril de 2013

DIVERSIDADE SEXUAL É REAL

Por Néa Tauil


Em todas as sociedades, as expressões da sexualidade são alvo de normas morais, religiosas ou científicas, que vão sendo aprendidas pelas pessoas desde a infância. Nesse sentido, cria -se modelos estanques, nos quais pretende encaixar e classificar as pessoas, com base apenas no sexo biológico, desconsiderando que a sexualidade humana resulta de aspectos biológicos, psicológicos e interações com os contextos familiar e social.  

De fato, houve a partir dos anos 1960, o início de uma desconstrução dos estereótipos do masculino e feminino que, apesar de ser um processo lento, está em curso. Tanto que hoje, reconhece-se que as identidades de gênero não são apenas binárias (masculino /feminino), podendo assumir diferentes formas dependendo do contexto social e cultural.


Sem dúvida, a diversidade sexual humana é real como mostra o médico psiquiatra e sexólogo Ronaldo P. da Costa, em seu livro ¨Os 11 sexos - As múltiplas faces da sexualidade humana¨. A obra mostra que as pessoas podem ser ou se comportarem de onze formas diferentes, além das inúmeras distinções entre uma forma e outra. São elas:

1- Mulheres Heterossexuais - Têm os homens como objeto de amor e desejo sexual. Isso não tem relação com a realidade de seu corpo, mas como elas sentem. 


2- Homens Heterossexuais - São aqueles que desejam e amam mulheres. Ele se sente masculino e, consequentemente, desenvolve um comportamento adequado a essa natureza. 


3- Mulheres Lésbicas - Sentem-se mulheres, comportam-se de maneira feminina, mas desejam se relacionar afetiva e sexualmente com outra mulher, não com um homem. Uma mulher lésbica não se sente um homem, não pensa que é um homem e nem quer ser um homem.


4- Homens Homossexuais - O homem homossexual ama e/ou deseja outro homem. Essa é a única diferença em relação aos outros homens.


5- Mulheres Bissexuais - Só há uma diferença entre mulheres heterossexuais e bissexuais: as bissexuais se vinculam afetiva e sexualmente tanto a homens quanto a mulheres, numa relação intercalada ou não de maior ou menor duração. As bissexuais nascem biologicamente normais, reconhecem e aceitam seu órgão sexual feminino e comportam-se como mulheres. Sua orientação sexual, no entanto, é dupla, e o objeto do amor e do desejo é variável, durante toda a vida.


6- Homens Bissexuais - O bissexual masculino é um homem como qualquer outro. Nasce biologicamente perfeito, não tem disfunções orgânicas relacionadas à sexualidade e cresce se comportando de forma masculina. Ele se sente homem. A única diferença entre bissexuais e heterossexuais é que, quando sua orientação sexual se define como bissexual, ele passa a desejar homens e mulheres. Isso é um sentimento, uma vontade que está dentro dele e não depende de sua vontade.


7- Homens Travestis - No Brasil, o termo designa homens que nascem machos e são educados como meninos, mas que têm uma identidade de gênero dupla, diferente da maioria. Junto com a personalidade masculina, desenvolvida pelo reconhecimento do corpo de homem, sentem-se também femininos. O homem travesti sente-se, ao mesmo tempo, homem e mulher. Ele sabe que é homem, não pensa em eliminar o órgão sexual masculino. O travesti não é um homem homossexual e prefere, quase sempre, se relacionar com homens ditos heterossexuais. Os que se vestem de maneira caricata, bem-humorada, são chamados de drag queens. Porém, nem todo homem que se veste de mulher é um travesti. Alguns travestis transformam seus caracteres sexuais secundários para os de mulher.

8 - Mulheres Travestis - As mulheres travestis comportam-se, na maioria das vezes, como homens e chegam até a se casar com uma mulher. Mesmo assim, não rejeitam sua genitália de mulher, nem pensam em mudar de sexo. Mas podem retirar os seios. Os órgãos sexuais são normais e fazem parte de sua vida amorosa e de seus relacionamentos. Seu objeto de desejo e amor geralmente é uma mulher, de preferência bem feminina. Sabem que são mulheres, mas sentem-se ¨quase homens¨.


9- Transexuais Masculinos - Os transexuais masculinos não são homens que querem ser mulheres. Do ponto de vista psicológico, eles são mulheres. Têm vergonha de seus órgãos sexuais, não permitem ser tocados nessa região, nem se masturbam. Os transexuais masculinos não buscam o prazer sexual nos órgãos sexuais, por isso, desejam realizar a operação para troca de sexo. São divididos em dois grupos: os primários, aqueles que desde meninos sentem que pertencem ao gênero feminino, e os secundários, que só se revelam mulheres a partir da adolescência. 


10- Transexuais Femininas - As transexuais femininas primárias sentem-se, desde a infância, meninos, mesmo sabendo que biologicamente não o são. É possível que vivam a vida inteira em conflito. Aquelas que corajosamente partem para a mudança de sexo encontram muitas barreiras, já que a operação de criação de um pênis é bastante complexa. 


11- Hermafroditas (intersexos) - O intersexo é um ser que biologicamente nasce com órgãos defeituosos e dos dois sexos. Os tipos de defeito são inúmeros e seria necessária uma abordagem caso a caso. O hermafrodita nasce com ovário e testículo, os dois órgãos malformados e com o funcionamento comprometido. Ele é o intersexo mais conhecido num grupo de mais de 20 tipos diferentes.


Diante dessas considerações, faz-se necessário criar mais espaços de promoção da cidadania e respeito às diferenças e diversidades, pois a despeito de toda a  liberdade no mundo moderno, a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros) ainda é marcada por muito sofrimento, que pode incluir desde a dificuldade íntima para lidar com sua identidade de gênero, necessidade de, muitas vezes, esconder essa identidade - por temor da reprovação seja de familiares ou da sociedade em geral - exclusões de grupos, e até mesmo humilhações, discriminações, agressões físicas e verbais. A sexualidade tem que ser fonte de felicidade e não de mal-estar.


Referência: Costa, Ronaldo Pamplona da. Os 11 sexos. As multiplas Faces da sexualidade humana. São Paulo. SP : Editota Gente, 1984.
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quarta-feira, 3 de abril de 2013

ESTATUTO DA DIVERSIDADE SEXUAL

Por Néa Tauil


Em  O mal-estar na Civilização(1930), Freud menciona que ¨o sofrimento nos ameaça a partir de três direções: de nosso próprio corpo, condenado à decadência e à dissolução, e que nem mesmo pode dispensar o sofrimento e a ansiedade como sinais de advertência; do mundo externo, que pode voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas; e, finalmente, de nossos relacionamentos com os outros homens.¨

Para Freud, o sofrimento mais penoso são os nossos relacionamentos. Nota-se que a discriminação em todas as suas formas e a predominância com base na orientação sexual e na identidade de gênero ratifica o pensamento freudiano.

O primeiro passo em outra direção talvez seja homens e mulheres de consciência, rejeitar a discriminação reivindicando tratamento igualitário a todos os cidadãos, independente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

Quando compreendemos por que apontamos o dedo, podemos começar a nos libertar de nossas percepções distorcidas e julgamentos destrutívos a respeito dos outros. Vamos juntos fazer democracia assinando a petição pública do ESTATUTO DA DIVERSIDADE SEXUAL. Acesse o site oficial http://www.estatutodiversidadesexual.com.br e assine essa ideia.



Referência: Freud S.(1930). O mal-estar na civilização. In: Obras psicológicas completas.
Edição Standard Brasileira. Vol.XXI Rio de Janeiro: Imago 
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quinta-feira, 14 de março de 2013

¨CURA GAY¨

Por Néa Tauil

Em pleno século XXI, toda essa discussão sobre ¨cura gay¨ é uma grave ameaça à saúde e ao bem - estar das pessoas afetadas. Quando se fala na cura do câncer, pensa-se na maneira de extirpar uma doença. Pois, é nessa acepção do verbo curar que ele é usado na expressão ¨cura gay¨: extirpar de uma pessoa a ¨doença¨ de ter desejo sexual orientado para o mesmo sexo. Isso agride o conhecimento científico que rege a Psicologia e a Medicina, desde que se convencionou internacionalmente que a orientação homossexual não constitui uma doença.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) condena tratamentos para ¨curar¨ homossexualidade. Em comunicado divulgado no dia 17 de maio de 2012, Dia Internacional contra a Homofobia, a Diretora da OPAS/OMS, Mirta Roses Periago afirmou que ¨a homossexualidade não é um transtorno nem requer cura. Em consequência, não existe indicação médica para a mudança de orientação sexual¨.
O comunicado destaca que há consenso profissional de que homossexualidade é uma variação natural da sexualidade humana e não pode ser considerado como condição patológica. Contudo, vários órgãos das Nações Unidas constataram a existência de ¨clínicas¨ e ¨terapeutas¨ que promovem tratamentos que pretendem mudar a orientação sexual de não heterossexuais. Não há estudos científicos que demonstrem eficiência de esforços nesse sentido.

Entretanto, há muitos testemunhos sobre graves danos à saúde mental e física que tais serviços podem causar. A repressão da orientação sexual vem sendo associada a sentimentos de culpa, vergonha, depressão, ansiedade e até mesmo suicídio. Como agravante, há um crescente número de relatos de tratamentos degradantes e de violência física e sexual como parte da  ¨terapia¨, geralmente oferecida ilegalmente.

O documento faz um apelo para que governos, instituições acadêmicas, associações profissionais e imprensa exponham essas práticas e promovam o respeito à diversidade. ¨As práticas devem ser denunciadas e sujeitas as sanções dentro da legislação nacional". 

Na verdade, a orientação sexual é uma realidade que precisa ser compreendida e aceita para que possamos deixar de nos enganar e julgar com base em aparências, acreditando que a única expressão da sexualidade que existe é a heterossexual e as outras formas de expressão são doenças. Aqueles que não respeitam a diversidade na manifestação da sexualidade e ainda se acham no direito de condenar pessoas por causa de sua forma de viver ou de sua condição que difere da heterossexualidade, são pessoas em que suas mentes estão presas a um sistema de falsas crendices, preconceitos e tabus, pois é ignorância pensar que a heterossexualidade é a única manifestação do desejo afetivo-sexual, interpretando as demais manifestações como doenças e dignas de sanção moral. Nesse sentido, são os propositores de ¨cura gay¨ que necessitam de tratamento psicológico, pois quando se julga alguém, nunca se pensa de fato sobre si mesmo, e o que se vê são pessoas projetando inconscientemente  - nos outros - atributos pessoais, sejam pensamentos inaceitáveis ou indesejados, sejam emoções de qualquer espécie. Isto é, ao invés de a pessoa reconhecer o que desgosta em si, ela projeta em outra pessoa, sem perceber que tudo o que  gosta ou detesta no outro é porque tem em si. 

Sem dúvida, ao invés de pretender impor padrões de comportamento, excluindo a singularidade subjetiva inerente ao ser humano, reforçando preconceitos e a exclusão social, o melhor caminho é aceitar as diferenças e entender que existem várias maneiras de amar e, portanto, diferentes variáveis sexuais. Cabe, então, a cada um de nós refletir e questionar a própria sexualidade e não a dos outros, pois qualquer tratamento que diz curar homossexuais é infundado, já que nenhum profissional tem ferramentas para mudar a orientação sexual de uma pessoa





Fonte: Comunicado ONUBR - Nações Unidas no Brasil
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quarta-feira, 13 de março de 2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

TESTE: PERFECCIONISTA, EU?




Por definição o perfeccionismo é um distúrbio neurótico no qual a pessoa sente constante insatisfação com seu desempenho e dúvidas sobre a qualidade de seu trabalho, levando o indivíduo a escrupulosidade, verificações de pormenores, obstinação, prudência e rigidez excessivas prejudicando a sua pontualidade e eficiência. 

Uma pessoa perfeccionista considera inaceitável qualquer coisa que não seja perfeita. Age impulsionada pela motivação negativa interna de tentar evitar a desaprovação, a rejeição e a crítica que recebeu antes de seus pais, pois o perfeccionismo tem sua raiz na família e, em especial, nos primeiros anos de vida. Pais autoritários, exigentes, críticos, difíceis de agradar e imprevisíveis em suas reações criam filhos perfeccionistas.



Há muitos homens e mulheres que perdem sua vida tentando ser pais perfeitos, maridos perfeitos, filhos perfeitos, irmãos perfeitos ou amigos perfeitos. Vestem a roupa de super-heróis porque o objetivo é ser perfeito. Acreditam que o fato de serem exigentes ou perfeccionistas vai conduzi-los à excelência. Isso é uma mentira.

Você é perfeccionista? Faça o teste e descubra!
Marque SIM ou NÃO COM X, ao que se ajustar a você:

1- Quando começo algo, fico preocupado com erros.
(  )  SIM    (  )  NÃO
2- Tenho metas muito altas e difíceis de alcançar.  
(  )  SIM    (  )  NÃO 
3- Tento evitar a qualquer custo a desaprovação dos outros.
(  )  SIM    (  )  NÃO
4- Quando realizo alguma coisa, não consigo relaxar até que esteja perfeita.
(  )   SIM    (  )  NÃO
5- Sinto que, mesmo fazendo as coisas da melhor forma possível, não é suficiente para os outros.
(  )  SIM     (  )  NÃO
6- Se cometo um erro, sinto que estraguei tudo.
(  )  SIM     (  )  NÃO
7- Sei que tipo de pessoa deveria ser, mas sinto que nunca vou conseguir.
(  )  SIM     (  )  NÃO
8- Quando criança, mesmo quando fazia as coisas bem, sentia que não agradava a meus pais.
(  ) SIM      (  ) NÃO
9- Quando alcanço uma meta, sinto-me insatisfeito.
(  ) SIM      (  ) NÃO
10- Sinto-me culpado ou envergonhado se não fizer as coisas perfeitamente.
(  ) SIM      (  ) NÃO

Se em mais de três perguntas você colocou um SIM como resposta, então é uma pessoa perfeccionista. Como o perfeccionismo e a infelicidade estão entrelaçados, o melhor é buscar ajuda psicológica para livrar-se do perfeccionismo, de suas próprias exigências e demandas.

Atenção! 
Este teste serve para aumentar seu autoconhecimento e oferecer algumas sugestões sobre como você pode se desenvolver e lidar melhor com suas características e modo de ser. Não consiste em um teste psicológico ou instrumento para diagnóstico de transtornos psicológicos e/ou psiquiátricos.

Fonte: Stamateas, Bernardo (2010). Emoções Tóxicas. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil.
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

13 REGRAS PARA LIDAR COM OS SOCIOPATAS NA VIDA COTIDIANA


Apesar da psicopatia ser mais comum do que se imagina, a maioria das pessoas não sabe nada sobre esse distúrbio e é incapaz de reconhecer os psicopatas não violentos que nos cercam. Psicopatia é o termo mais popular para nos referirmos à sociopatia, distúrbio que se caracteriza pela falta de consciência. Entre seus principais ¨sintomas¨ estão: a incapacidade de adequação às normas sociais; falta de sinceridade e tendência à manipulação; impulsividade; irresponsabilidade persistente e ausência de remorso. Para atingir seus objetivos, o psicopata é capaz de mentir, roubar, manipular e até matar sem sentir culpa alguma. Talvez seja um marido agressivo, um pai que maltrata os filhos ou um chefe que humilha os funcionários.

Embora saibam o que é certo ou errado, os sociopatas simplesmente não se importam com isso. Conhecem as regras da sociedade e entendem como nós, pessoas com consciência, agimos e pensamos - e lançam mão disso para nos manipular e circular despercebidos em nosso meioPara a maioria de nós, é difícil aceitar esses fatos. Eles são aviltantes, injustos e assustadores. No entanto, entendê-los e aceitá-los como um aspecto real do nosso mundo é a primeira das 13 regras para lidar com os sociopatas na vida cotidiana.

1- Aceite a dura realidade de que algumas pessoas literalmente não têm consciência.
Essas pessoas raramente se parecem com Charles Manson ou com o bartender Ferengi de Jornada nas estrelas. Elas se parecem conosco.

2- Em caso de conflito entre os seus instintos e o que se espera de alguém no papel de educador, médico, líder, protetor dos animais, humanista, pai ou mãe, siga os seus instintos.
Querendo ou não, você é um observador constante do comportamento humano e suas impressões não filtradas, apesar de alarmantes e aparentemente estranhas, podem muito bem ajudá-lo se você assim o permitir. Seu instinto entende, sem precisar que lhe digam, que rótulos imponentes e respeitáveis não conferem consciência a quem não tem.

3- Quando pensar em um novo relacionamento, seja de que natureza for, siga a Regra dos Três com relação às afirmações e promessas que a outra pessoa fizer e às responsabilidades que ela tem. Transforme a Regra dos Três na sua política pessoal.
Uma mentira, uma promessa não cumprida ou uma única responsabilidade negligenciada podem decorrer de um mal-entendido. Duas talvez representem um erro grave. Mas três ocorrências indicam que  você está lidando com um mentiroso, e o engodo é a essência do comportamento de quem não tem consciência. Reduza o seu prejuízo e se afaste o mais rápido possível. Por mais difícil que seja abandonar o relacionamento, será melhor fazer isso logo do que mais tarde, quando os danos forem maiores. Não entregue o seu dinheiro, seu trabalho, seus segredos ou seu afeto a quem falhou três vezes. Suas doações valiosas serão desperdiçadas.

4- Questione a autoridade.
Mais uma vez confie nos seus instintos e ansiedades, sobretudo quando se tratar de pessoas que afirmem que a solução ideal para algum problema seja dominar os outros, usar de violência, recorrer à guerra ou alguma outra coisa que viole a sua consciência. Faça isso mesmo se - e principalmente quando - todas à sua volta tiverem parado de questionar a autoridade. Repita para si mesmo o que Stanley Milgram nos ensinou sobre obediência: no mínimo seis em cada 10 pessoas obedecerão cegamente, até o amargo fim, uma autoridade aparentemente oficial. A boa notícia é que, na presença de apoio social, é mais fácil questionar a autoridade. Incentive os que estão à sua volta a questionar também.

5- Desconfie da bajulação.
Elogios são ótimos, sobretudo quando sinceros. Por outro lado, a bajulação é exagerada e agrada nosso ego de uma maneira irreal. É uma característica do charme fingido e quase sempre envolve uma tentativa de manipulação, que, às vezes, pode ser inofensiva e, outras, sinistra. Vigie seu ego afagado e lembre-se de desconfiar da bajulação. Essa regra se aplica tanto a indivíduos quanto a grupos ou mesmo nações inteiras. Ao longo de toda a história e até hoje, a convocação para a guerra sempre incluiu a afirmação de que a força de cada indivíduo pode conquistar a vitória que o mudará o mundo para melhor, um triunfo moralmente louvável, justificado pelo resultado ímpar em termos de feito humano, digno e merecedor de enorme gratidão. Desde que se começou a registrar a história da humanidade, todas as grandes guerras foram assim apresentadas, em todos os lados do conflito e, em todas as línguas, o adjetivo mais frequentemente empregado junto à palavra guerra sempre foi santa. É possível argumentar que a humanidade terá paz quando as pessoas forem, finalmente capazes de enxergar além dessa bajulação magistral. Assim como um indivíduo inflado pela bajulação de um manipulador provavelmente se comportará de forma tola, o patriotismo exacerbado, motivado pela bajulação, é perigoso.

6- Se necessário, redefina seu conceito de respeito.
Muitas vezes confundimos medo com respeito e, quanto mais tememos alguém, mais o vemos como merecedor do nosso respeito. Tenho um gato-de-bengala que foi batizado pela minha filha, ainda bem pequena, de Sr. Músculos porque, quanto filhote, parecia um lutador profissional. Agora, já adulto, ele é muito maior do que a maioria dos outros gatos domésticos. Suas garras afiadas lembram as de leopardos asiáticos - seus ancestrais -, mas seu temperamento é dócil e pacífico. Meu vizinho tem uma gata malhada que costuma nos visitar. O carisma predatório da gata do vizinho é enorme e ela é mestre em fazer cara feia para outros felinos. Sempre que ela está por perto, Sr. Músculos, apesar dos seus 7 quilos, em contraste com os 3,5 da outra, se encolhe e baixa a cabeça, demonstrando temor e deferência. Sr. Músculos é um gato maravilhoso. Afetuoso e encantador, eu o adoro. Ainda assim, gostaria de acreditar que algumas de suas reações são mais primitivas do que as minhas. Espero não confundir medo com respeito, pois, ao fazer isso, eu garantiria a minha própria vitimização. Usemos nossos grandes cérebros humanos para superar a tendência animal de baixar a cabeça para os predadores, de modo a podermos distinguir o desnorteio automático da ansiedade e da admiração. Em um mundo perfeito, o respeito seria uma reação automática dirigida apenas aos forte, aos generosos e aos  moralmente corajosos. A pessoa que se aproveita do medo que causa não possui nenhuma dessas qualidades. A decisão  de separar o respeito do medo é ainda mais importante para os grupos e as nações. O político, mesquinho ou arrogante, que ameaça o povo com lembretes frequentes da possibilidade de crimes, violência ou terrorismo e que depois usa esse medo reforçado para ganhar apoio tem mais chance de ser um trapaceiro bem-sucedido do que um líder legítimo. Isso também tem se mostrado verdadeiro ao longo da história.

7- Não entre no jogo.
A intriga é uma ferramenta do sociopata. Resista à tentação de competir com um sociopata sedutor, de analisá-lo ou mesmo de enfrentá-lo. Além de descer ao nível dele, você estará deixando de se concentrar no que  realmente importa, que é se proteger

8- A melhor maneira de se proteger de um sociopata é evitá-lo, recusar-se a manter qualquer tipo de contato ou comunicação com ele.
Os psicólogos não costumam recomendar que se evite um problema, mas, nesse caso, abro deliberadamente uma exceção. O único método eficaz para lidar com um sociopata é impedir que ele tenha qualquer tipo de acesso à sua vida. Os sociopatas vivem totalmente à margem das regras da sociedade e por isso é perigoso incluí-los em relacionamentos e círculos sociais. Comece a praticar essa exclusão em seus próprios relacionamentos e vida social. Você não magoará ninguém. Por mais estranho que pareça e embora eles possam tentar fingir o contrário, os sociopatas não sentem mágoa. Talvez seus parentes e amigos jamais entendam por que você está evitando determinada pessoa. A sociopatia é incrivelmente difícil de ser percebida e ainda mais difícil de se explicar. Se for impossível evitar completamente o sociopata, tente manter o mínimo de contato que puder.

9- Questione sua própria tendência a sentir pena.
O respeito deve ser reservado aos generosos e moralmente corajosos. A pena é outra reação socialmente valiosa e deve ser reservada para inocentes que estejam de fato sofrendo ou enfrentando um revés da vida. Se, ao contrário, você se vir com frequência sentindo pena de alguém que tem o hábito de magoá-lo - ou outras pessoas - e que busca ativamente sua solidariedade, é quase certo que você esteja lidando com um sociopata. Ainda nessa linha, lhe recomendo que questione seriamente a sua necessidade de ser educado em toda e qualquer situação. Para os adultos normais na nossa cultura, ser ¨civilizado¨ é um reflexo, e muitas vezes nos mostramos automaticamente corretos, mesmo quando alguém nos enfurece, mente ou nos apunhala pelas costas. Os sociopatas tiram grande proveito dessa cortesia para explorar os outros. Não tenha medo de fechar a cara e, com tranquilidade, ser direto.

10- Não tente recuperar os irrecuperáveis.
Uma segunda (terceira, quarta e quinta) chance deve ser dada aos indivíduos que têm consciência. Se você estiver lidando com alguém sem essa característica fundamental, aprenda a engolir em seco e reduzir seus prejuízos. A certa altura, a maioria de nós precisa aprender a lição importante, ainda que desanimadora, de que, por melhores que sejam as nossas intenções, não podemos controlar o comportamento - e menos ainda o caráter - de outras pessoas. Aceite esse fato e evite a ironia de nutrir a mesma ambição que o sociopata - controlar. Se não é isso que você deseja, mas ajudar os outros, dedique-se apenas àqueles que realmente queiram ser ajudados. Acredito que você descobrirá que a pessoa sem consciência não está entre eles. Você não é, em absoluto, culpado pelo comportamento do sociopata. Da mesma forma, ele não é responsabilidade sua. A sua responsabilidade é cuidar de sua própria vida.

11- Nunca concorde, por pena ou por qualquer outra razão, em ajudar um sociopata a esconder seu verdadeiro caráter.
O apelo ¨ Por favor, não conte¨, em geral em tom choroso e rangendo os dentes, é uma marca registrada de ladrões, pedófilos e sociopatas. Não dê ouvidos a esse canto da sereia. Os outros merecem ser alertados, enquanto os sociopatas não merecem que você os proteja. Se alguém desprovido de consciência insistir que você lhe ¨deve¨ isso, lembre-se do seguinte: ¨ Você me deve essa¨ tem sido o chavão dos sociopatas por mil anos e continuará sendo. Costumamos ouvir ¨ Você me deve essa¨ como uma cobrança da qual não podemos escapar, mas não é assim. Não escute. Ignore também outro chavão: ¨ Você é igualzinho a mim.¨ Você não é.

12- Defenda sua psique.
Não permita que uma pessoa sem consciência - ou várias - convença você de que a humanidade é um fracasso. A maioria dos seres humanos tem consciência e é capaz de amar.

13- Viver bem é a melhor vingança.










Fonte: Meu Vizinho é um Psicopata - Martha Stout, Ph. D. - Editora Sextante
PSICOTERAPIA BENEFICIA AS PESSOAS! http://psicologaneatauil.blogspot.com


sábado, 2 de fevereiro de 2013

CARTA DOS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS

A Carta de Direitos Sexuais e reprodutivos da Federação Internacional de Planeamento Familiar (IPPF) tem como objetivo fundamental a promoção e proteção dos direitos e liberdades sexuais e reprodutivos em todos os sistemas políticos, econômicos e culturais. Esta carta contempla os seguintes Direitos:

  1. O Direito à vida 
  2. O Direito à liberdade e segurança da pessoa 
  3. O Direito à igualdade e o direito a estar livre de todas as formas de discriminação 
  4. O Direito à privacidade 
  5. O Direito à liberdade de pensamento 
  6. O Direito à informação e educação 
  7. O Direito de escolher casar ou não e de constituir e planear família 
  8. O Direito de decidir ter ou não filhos e quando os ter 
  9. O Direito aos cuidados e à proteção da saúde 
  10. O Direito aos benefícios do progresso científico 
  11. O direito à liberdade de reunião e participação política 
  12. O Direito a não ser submetido nem a tortura, nem a tratamento desumano ou degradante

1 – O Direito à Vida

Nenhuma mulher deve ter a vida em risco por razões de gravidez.
Nenhuma pessoa deve ter a vida em risco por falta de acesso aos serviços de saúde e/ou informação, aconselhamento ou serviços relacionados com a saúde sexual e reprodutiva.

2 – O Direito à liberdade e segurança da pessoa 

Todas as pessoas têm o direito de poder desfrutar e controlar a sua vida sexual e reprodutiva, no respeito pelos direitos dos outros.
Todas as pessoas têm o direito de não estarem sujeitas a assédio sexual.
Todas as pessoas têm o direito de estar livres do medo, vergonha, culpa, falsas crenças ou mitos e outros fatores psicológicos que inibam ou prejudiquem o seu relacionamento sexual ou resposta sexual.

3 – O Direito à igualdade e o direito a estar livre de todas as formas de discriminação

Ninguém deve ser discriminado, no âmbito da sua vida sexual e reprodutiva, no acesso aos cuidados e/ou serviços.
Todas as pessoas têm o direito à igualdade no acesso à educação e informação de forma a preservar a sua saúde e bem-estar, incluindo o acesso à informação, aconselhamento e serviços relativos à sua saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
Nenhuma pessoa deve ser discriminada no seu acesso à informação, cuidados de saúde, ou serviços relacionados com as suas necessidades de saúde e direitos sexuais e reprodutivos ao longo da sua vida, por razões de idade, orientação sexual, “deficiência” física ou mental.

4 – O Direito à privacidade


Todos os serviços de saúde sexual e reprodutiva, incluindo a informação e o aconselhamento, deverão ser prestados com privacidade e a garantia de que as informações pessoais permanecerão confidenciais.
Todas as mulheres têm o direito de efetuar escolhas autônomas em matéria de reprodução, incluindo as opções relacionadas com o aborto seguro.

Todas as pessoas têm o direito de exprimir a sua orientação sexual a fim de poder desfrutar de uma vida sexual segura e satisfatória, respeitando contudo o bem-estar e os direitos dos outros, sem receio de perseguição, perda da liberdade ou interferência de ordem social.
Todos os serviços de cuidados em saúde sexual e reprodutiva incluindo os serviços de informação e aconselhamento devem estar disponíveis para todas as pessoas e casais em particular os mais jovens, numa base de respeito aos seus direitos de privacidade e confidencialidade.

5 – O Direito à liberdade de pensamento

Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento e de expressão relativa à sua vida sexual e reprodutiva.
Todas as pessoas têm o direito à proteção contra quaisquer restrições por motivos de pensamento, consciência e religião, no seu acesso à educação e informação relativas à sua saúde sexual e reprodutiva.
Os profissionais de saúde têm o direito de invocar objeção de consciência na prestação de serviços de contracepção e aborto e o dever de encaminhar os utentes para outros profissionais de saúde dispostos a prestar o serviço solicitado de imediato. Este direito não é contemplado em casos de emergência, quando esteja em risco a vida de uma pessoa.
Todas as pessoas têm o direito de estar livres de interpretações restritas de textos religiosos, crenças, filosofias ou costumes, como forma de delimitar a liberdade de pensamento em matérias de cuidados de saúde sexual e reprodutivos e outros.

6 – O Direito à informação e educação

Todas as pessoas têm o direito de receber uma educação e informação suficientes de forma a assegurar que quaisquer decisões que tomem, relacionadas com a sua vida sexual e reprodutiva, sejam exercidas com o seu consentimento pleno, livre e informado.
Todas as pessoas têm o direito de receber informações completas quanto às vantagens, eficácia e riscos associados a todos os métodos de regulação e fertilidade e de prevenção.

7 – O Direito de escolher casar ou não e de constituir e planear família

Todas as pessoas têm o direito de acesso aos cuidados de saúde reprodutiva, incluindo casos de infertilidade, ou quando a fertilidade esteja comprometida devido a infeções sexualmente transmissíveis.

8 – O Direito de decidir ter ou não filhos e quando os ter

Todas as pessoas têm o direito ao acesso à gama mais ampla possível de métodos seguros, eficazes e aceitáveis de contracepção.
Todas as pessoas têm o direito à liberdade de escolher e utilizar um método de proteção contra a gravidez não desejada, que seja seguro e aceitável para elas.

9 – O Direito aos cuidados e à proteção da saúde

Todas as pessoas têm o direito a usufruir de cuidados de saúde sexual e reprodutiva, incluindo o direito de:
  • Informação dobre os benefícios e riscos dos métodos contraceptivos
  • Acesso à maior variedade possível de serviços 
  • Opção para decidir utilizar ou não os serviços e para escolher o método contraceptivo a usar
  • Segurança relativa aos métodos e serviços ao seu dispor
  • Privacidade na informação e serviços prestados
  • Confidencialidade relativa a informações pessoais
  • Dignidade no acesso e na prestação dos cuidados em saúde sexual e reprodutiva
  • Confiança e comodidade relativa à qualidade dos serviços oferecidos 
  • Continuidade que garanta a disponibilidade futura dos serviços
  • Opinião sobre o serviço oferecido

10 – O Direito aos benefícios do progresso científico

Todas as pessoas utentes dos serviços de saúde sexual e reprodutiva têm o direito ao acesso a todas as novas tecnologias reprodutivas seguras e reconhecidas.

11 – O direito à liberdade de reunião e participação política

Todas as pessoas têm o direito de influenciar os governos para que a saúde e os direitos em matéria de sexualidade e reprodução sejam uma prioridade dos mesmos.

12 – O Direito a não ser submetido nem a tortura, nem a tratamento desumano ou degradante

Todas as crianças têm o direito a proteção contra todas as formas de exploração e, especialmente, da exploração sexual, da prostituição infantil e todas as formas de abuso, violência e assédio sexuais.
Todas as pessoas têm direito à proteção contra a violação, a agressão, o abuso e o assédio sexuais.
Para mais informação sobre este assunto, consulte a versão integral em inglês ou a versão integral em português.


Fonte:Federação Internacional de Planejamento Familiar ( IPPF)
Psicoterapia Beneficia as Pessoas- http://psicologaneatauil.blogspot.com