quarta-feira, 30 de agosto de 2017

QUANDO UM CASAL PRECISA DE PSICOTERAPIA?


 Por Néa Tauil






É certo que todos os casais colecionam conflitos de várias espécies, em contextos  e características absolutamente particulares de cada casal e de cada pessoa que o forma. Porém, nem sempre é fácil determinar qual o momento exato de se procurar psicoterapia para o casal, na tentativa de encontrar uma saída para os problemas do relacionamento. 



Contudo, a partir da minha visão e experiência, como psicóloga, se pensarmos de forma preventiva, seria importante que o casal procurasse ajuda, quando identificasse divergências consideráveis e repetitivas, sobre as quais não consegue chegar a nenhum acordo, o que é comum, por exemplo, com a educação de filhos. No entanto, a predominância é pela procura profissional, quando há, depois de várias e desgastantes tentativas, com conflito já deflagrado, com adoecimentos e aparecimento de graves sintomas em um dos parceiros ou nos filhos.


Na verdade, o diálogo franco e desprovido de rancores é sempre uma boa alternativa para elucidar dúvidas e resolver questões que podem ameaçar a boa convivência entre os parceiros. Mas, contrariando o que muitos pensam, nem sempre é a falta de comunicação o principal problema, que pode desencadear outras dificuldades na relação, mas comunicações inadequadas, prejudiciais ao diálogo construtivo que se constitui de várias características, como escuta atenta, linguagem respeitosa e não violenta, legitimação do que diz e sente a outra pessoa, tom de voz, escolha de momento e lugar para conversar, entre outras. Comunicar-se de forma positiva para o relacionamento é um de seus alicerces mais importantes, e o psicoterapeuta colabora muito para que isso aconteça.

Infelizmente, há muitas dificuldades culturais e sociais para o reconhecimento e procura desse tipo de psicoterapia, sendo mais constante a ida de um ou outro para uma psicoterapia individual, quando vão, ou o encaminhamento de filhos para tratamento. Ainda hoje, há quem pense que quem faz psicoterapia de casal acaba se separando, que apenas pessoas " loucas" precisam dessa forma de tratamento ou que procurar ajuda é uma demonstração de fraqueza. 


A grande questão é que ainda existe muito preconceito sobre procura de atendimentos à saúde mental, psicológica e emocional. Mas, importa dizer que os problemas emocionais e as doenças mentais trazem muito sofrimento e limitações àqueles que os sentem, porém, não deixam sinais físicos, nem alterações laboratoriais. Ou seja, o fato de os transtornos não serem perceptíveis, como uma febre ou um osso quebrado, faz com que as pessoas não os compreendam e com isso acabam prejudicando a própria qualidade de vida e daqueles que o cercam.



Por isso, é importante   desconstruir os conceitos preestabelecidos sobre psicoterapia em geral ( individual, casal ou familiar), aprendendo a olhar para ela como um modo de cuidar das diversas formas com as quais o sofrimento humano pode se manifestar. Sem dúvida, a psicoterapia é uma  ferramenta útil, pois auxilia a ampliação da consciência e a vislumbrar possíveis caminhos que sejam diferentes da incomunicabilidade e do cultivo de sentimentos negativos, que podem induzir à violência física ou psicológica que ocorre nas famílias, especialmente a conjugal. Então, com a mente aberta, a intenção de melhorar e a busca pela psicoterapia, pode-se obter muitos benefícios para si mesmo e, consequentemente, para aqueles com quem convive.





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