A discussão acerca de que a maioria dos problemas do mundo começam em casa tem gerado polêmica. Mas, as evidências mostram que uma criança não resolve, conscientemente, que irá crescer e ser um delinquente (que lesa outras pessoas), um pedófilo, um dependente químico descontrolado e autodestrutivo, um estuprador, um assassino em massa, uma prostituta, uma vítima que se deixa abusar pelos outros, ou uma pessoa perturbada por transtornos de ansiedade, depressão, dependência afetiva, impulsividade, culpa, insegurança, vergonha, pensamentos suicida, dificuldade de socialização e assim por diante.
De fato, não se pode negar que, independente da forma da construção do núcleo familiar, seja ela tradicional ou moderna, permanece firme a importância do papel da família no desenvolvimento de cada indivíduo, pois ela é uma instituição responsável por promover a educação dos filhos e influenciar o comportamento dos mesmos no meio social. Mas, infelizmente nem todo ambiente familiar é um local seguro, onde existe harmonia, afetos, proteção e relações saudáveis.
Muito já se foi dito sobre os pais serem modelos para os filhos adolescentes, e as investigações mais atuais confirmam que são modelos, não só nessa fase da vida do filho, mas desde o momento do seu nascimento. Sem dúvida, os pais além de transmitirem para os filhos traços físicos, como estatura corporal, cor de pele, cor dos olhos, etc., também transmitem certos padrões de funcionamento da personalidade. Inclusive pode acontecer que, por herança assim como por imitação, alguns mais nitidamente "puxam" ao pai e outros são semelhantes à mãe e ainda alguns têm uma combinação mais equilibrada das características de ambos. Ou seja, além das semelhanças físicas herdadas, os filhos também podem herdar os aspectos mentais ou psíquicos de funcionamento dos pais, que serão adquiridos através de aprendizado ativo ou por imitação.
Como vimos, os pais são espelhos para os filhos e as referências são certamente copiadas. Por isso, é preciso optar por viver de forma consciente para rever as condições do ambiente onde cresceu, repensar os modelos parentais e como exerciam suas funções, a forma como foi educado, as crenças em que acreditou. Ou seja, trabalhar mais sobre si mesmo para romper com a herança familiar dos padrões negativos e destrutivos que impedem a pessoa de fazer escolhas construtivas na vida adulta e ainda transmitir para futuras gerações. Talvez dessa forma, teremos menos pessoas nas prisões por corrupção, assassinato, estupro, menos gente vivendo nas ruas ou em centros de reabilitação para drogas, menos violência doméstica, crianças maltratadas, abandonadas é até mesmo crimes hediondos cometidos contra elas, em que os pais ocupam lugar de réus. Enfim, quem sabe teremos uma sociedade com menos filhos arruinados em sua existência por causa do comportamento inadequado dos pais.
Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)
Psicoterapia Beneficia as pessoas! http://psicologaneatauil.blogospot.com
contato: neatauil@gmail.com
Referência:
Nolte, Dorothy; Harris Rachel. As crianças aprendem o que vivenciam.Rio de Janeiro: Sextante, 2003
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