sábado, 7 de outubro de 2017

TRISTEZA É DEPRESSÃO?

Por Néa Tauil



Infelizmente, apesar de vivermos no mundo da informação, boa parte das pessoas ainda confundem tristeza  com depressão. Mas essa confusão pode ser perigosa, já que a depressão aumenta - em 80% - a mortalidade por causas somáticas (doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, AVC, obesidade, etc.) além, é claro, de ser considerada como a principal causa de suicídio.

É importante ressaltar que tristeza não é depressão, por isso,  é fundamental aprender diferenciar uma da outra  para que a depressão deixe de ser ignorada pelo portador e por parte da família, podendo ser prevenida e tratada. Dessa forma, uma melhor compreensão sobre a diferença entre a emoção tristeza e  a doença depressão pode ajudar a reduzir o estigma associado ao estado depressivo, além de levar mais pessoas a procurar ajuda.

Então, para acabar com qualquer dúvida e levar a depressão à sério, o quanto merece, conheça as principais diferenças entre tristeza e depressão: a tristeza é um sentimento normal, que faz parte da vida psicológica de todos nós, assim como  medo, raiva, alegria e outros sentimentos. Ela surge em resposta a alguma lembrança que tenha significado importante, ou algum evento ruim ( por exemplo, perda de um amigo, revés financeiro, etc.). Quando a pessoa está  triste, em geral, consegue seguir com o seu  trabalho, relacionamentos afetivos e compromissos sociais. Consegue reagir e encontra motivação para superar as dificuldades, isto é, mantém a esperança. Pode passar por momentos difíceis, mas não perde a capacidade de sentir prazer e/ou aproveitar as coisas boas da vida. No caso da depressão, a tristeza e o desprazer podem oscilar, mas, em geral, são mais persistentes ao longo do tempo e os problemas normais do cotidiano tomam proporções exageradas. A pessoa pode perder a capacidade de reação, a esperança em reverter seu quadro de marasmo, desânimo e tristeza.  Diante disso, a pessoa tende a se isolar, ao contrário de uma pessoa triste, que busca ajuda e a companhia de amigos. Por vezes, pode não haver tristeza, mas, sim, uma incapacidade de sentir prazer, mesmo nas atividades que antes eram prazerosas. A depressão, quase invariavelmente, causa prejuízo em uma ou mais esferas do funcionamento do indivíduo, tais como trabalho e desempenho nos estudos. A pessoa tende a ficar mais irritada e impaciente do que o normal, o que prejudica os relacionamentos de modo geral (familiar, afetivo ou social).  Surgem também os sintomas físicos, pois ao contrário do que muitos pensam, depressão não é uma doença de sintomas estritamente psicológicos, mas sim uma das doenças emocionais que mais ataca o corpo. Muitas pessoas não reconhecem que estão deprimidas por não associarem ao transtorno depressivo os sintomas físicos, como cansaço, alterações no apetite, dificuldade extrema de concentração, hipersônia ( excessivas horas de sono ou sonolência)  ou insônia, dores difusas pelo corpo, distúrbios gastrointestinais, fadiga, taquicardia, dores na coluna, dificuldade de respirar, sensação de opressão no peito, perda ou diminuição do desejo sexual, imunidade baixa, entre outros.

Por tudo isso, saber identificar um estado depressivo faz com que a pessoa  encare o problema como uma doença - que merece a devida atenção - e pode buscar ajuda de um profissional qualificado, ao invés de atribuir seus sintomas como  uma reação a fatos  ruins da vida ou como uma coisa passageira sem importância e até mesmo sem solução. Lembre-se:  depressão não é tristeza e precisa , sim, de tratamento, pois é prejudicial ao indivíduo, aos seus próximos e à sociedade de maneira geral





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