Por Néa Tauil
O medo é uma emoção necessária para a proteção e sobrevivência, mas pode se tornar um distúrbio quando passa a ser um medo persistente e exagerado, capaz de impedir a pessoa de vivenciar relacionamentos amorosos e profissionais gratificantes. Bem como, manter relações sociais com prazer.
O medo é uma emoção necessária para a proteção e sobrevivência, mas pode se tornar um distúrbio quando passa a ser um medo persistente e exagerado, capaz de impedir a pessoa de vivenciar relacionamentos amorosos e profissionais gratificantes. Bem como, manter relações sociais com prazer.
É fato que crescemos com medo e muitos desses medos são aprendidos pelos modelos observados e por todas as experiências vivenciadas dia a dia, principalmente na infância. Uma criança que cresceu em um ambiente familiar, onde o clima emocional era de constante medo, devido à ameaça de violência física, de tortura psicológica, de abandono, de monstros escondidos debaixo da cama e outros, certamente irá aprender a ser medrosa. O medo constante desestabiliza o ambiente de apoio necessário para que a criança possa crescer, explorar e aprender, deixando-a com um persistente sentimento de apreensão, uma ansiedade geral, que pode prejudicar de modo fundamental a sua maneira de se relacionar com as pessoas e de enfrentar situações novas. As evidências mostram que se o medo não for vencido, pode durar a vida toda. Isso significa que a criança medrosa pode se tornar um adulto com predisposição para os mais variados tipos de transtorno de ansiedade, que variam em grau, intensidade, e na forma como se apresentam.
Em suas variadas manifestações, o medo está associado tanto à questão biológica quanto à psicológica - que na maioria das vezes - as pessoas não sabem diferenciar. O medo biológico é instintivo e tem a ver com a preservação física. Tem função mental normal e útil relacionada diretamente com precaução - que é um estado de proteção que tomamos quando existe um perigo real. Exemplo disso é quando a pessoa, ao atravessar a rua, olha para os dois lados, por medo de ser atropelada. Já o medo psicológico tem a ver com o imaginário, é produto de nossos pensamentos, e passa a ser algo negativo porque a tendência é pensar de maneira catastrófica. A situação de perigo é acionada pela imaginação, diz respeito à preservação e proteção de nossa imagem, de nosso ideal de personalidade, das crenças que temos a nosso respeito. Por exemplo: evitar situações cotidianas nas quais pode se sentir constrangida, como comer, falar, ou escrever na frente de outras pessoas. Ou seja, o contato com outras pessoas é visto como ameaça, pois pode causar alguma situação de humilhação, a pessoa imagina que pode fazer algo que seja considerado ridículo ou errado, etc.
Como se pode perceber, a imaginação ativa o medo, gerando na pessoa uma sensação permanente de que algo desconfortável ou mesmo catastrófico pode acontecer. Com isso, na tentativa de fugir das ameaças imaginárias, constrói a seu redor uma série de defesas e as usa para se proteger daquilo que não consegue suportar, mas o uso excessivo de defesas pode ser nocivo, principalmente porque o cérebro não diferencia o perigo real do imaginário. Isso quer dizer que a reação do corpo diante do perigo real ou imaginário é a mesma? Sim, diante de um perigo real ou imaginário, o corpo entra em estado de alerta, aumentando o nível de adrenalina no sangue, nossos sentidos ficam aguçados, a musculatura modifica-se, as glândulas funcionam diferentemente, o sistema nervoso fica mais acelerado e o organismo inteiro se prepara para enfrentar ou fugir da situação de perigo. Acontece que no medo real, após passar o perigo, o corpo retorna ao seu estado normal, mas no medo psicológico, mantém-se o estado de alerta constante, com isso, chegando ao estresse (que é um estado proveniente de um excesso de defesa inútil), pois o perigo é imaginado e vai durar enquanto persistir as crenças de uma pessoa, consideradas por ela absolutas e verdadeiras.
Como já disse anteriormente, o medo é uma reação de grande valia no sentido da proteção, mas quando disfuncional, pode comprometer a qualidade de vida. Então, para libertar-se das amarras do medo, é preciso questionar as crenças, confrontar a voz interior que ameaça, descobrir a origem dos medos, para trabalhar neles. Enfim, buscar se conhecer e, para isso, é essencial reconhecer o que está acontecendo e buscar ajuda especializada.
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