Por Néa Tauil
Com bastante frequência, pessoas chegam ao meu
consultório com um sentimento desagradável sobre si mesma, uma noção
generalizada de falta de valor pessoal e desconhecimento do próprio
potencial, por estarem presas às crenças limitantes, formadas ainda na infância,
mas que continuam vivas e presentes na vida adulta, com a mesma emoção e
significado que adquiriram no momento da sua formação.
Crenças são as ideias e percepções consideradas
absolutas e verdadeiras por quem as possui, ou seja, toda crença é uma verdade
para quem acredita. Porém, além de haver as crenças positivas, existem também
as negativas, conhecidas como crenças limitantes. O objetivo aqui é focar
somente nas crenças limitantes, já que são elas que diminuem
as possibilidades, as capacidades, o poder de transformação e o crescimento da
pessoa. Há uma enorme variedade de crenças limitantes, entre elas, pode-se
destacar as seguintes: "Eu não consigo fazer nada bem", "esse é o meu jeito", "eu não posso mudar
porque é assim que eu sou", "eu não consigo me organizar,"
"eu nunca vou conseguir atingir meus objetivos", " eu não tenho
direito a ter esta conquista", "eu não sou capaz de
resolver este problema," "eu não tenho habilidade para fazer
isso", etc.
Sabe-se que as crenças limitantes podem ser
construídas de duas maneiras: através de uma única experiência, em que a emoção
seja muito intensa (traumas e fobias como medo de nadar, de falar em público,
de subir num elevador, de voar num avião, etc. são formados dessa maneira), ou
pela repetição de experiências, onde a criança perceba o mesmo significado
emocional. Em outras palavras, as crenças são construídas por meio das experiências vividas, de acordo com os modos de interação da
criança com o ambiente e vice-versa. Mas, por sermos muito pequenos e,
ainda não termos formadas uma série de aptidões emocionais, cognitivas,
físicas e sociais, para que possamos discernir as crenças positivas das
negativas acerca do que nos é ensinado pelos nossos pais ou cuidadores,
aceitamos tudo como verdade absoluta. Por exemplo: se os pais são alcoólatras e
a casa é uma bagunça, então a criança entende que todos os pais são dessa
forma, como também todos os lares. Assim, tornamo-nos adultos sem perceber que
são as crenças limitantes, aprendidas na infância, que podem nos deixar
incapacitados, prejudicar, atrapalhar e emperrar nossa vida.
Veja a seguir, através da metáfora do elefante preso por uma pequena corda, porque é importante a pessoa na vida adulta questionar o estilo de sua família, o treino e a aprendizagem que recebeu na infância:
Um jovem observando aquela pequena corda que segurava o
animal, se aproximou do domador que tratava o bicho e expôs a sua curiosidade.
– Amigo! Esta pequena corda não vai segurar esse elefante
se ele resolver escapar. Pode ser perigoso um bicho desse tamanho solto pelas
ruas de nossa cidade.
O que respondeu o domador olhando calmamente para o
curioso.
– Ele nunca vai escapar!
O jovem insistiu.
-Mas como você tem tanta certeza que ele nunca tentará
escapar? É um espaço pequeno e esta fina corda não vai segurá-lo se revolver
conhecer a cidade.
O domador olhando dentro dos olhos do rapaz esclareceu.
– Ele não sabe da força que tem!
O rapaz não satisfeito questionou aquele homem que
parecia ser imune da preocupação.
-Mas ele poderia tentar e logo saberia que é muito mais
forte do que esta corda que o prende.
O domador continuando a tratar o elefante respondeu ao
rapaz curioso.
– Para ele saber que pode, teria que ser treinado desde
pequeno. Agora já é adulto e segue as ordens como aprendeu durante o seu
desenvolvimento infantil.
O rapaz sorriu com um olhar sarcástico.
-ah, mas se ele tentasse, você estaria em apuros.
O domador devolveu o sorriso com o mesmo sarcasmo que foi
interrompido.
-Meu jovem, quantas pessoas você conhece que seguem
ordens todos os dias e nunca fizeram nada diferente do que foram treinados? Que
nunca tentaram escapar? O elefante é como uma pessoa. Amarrado desde pequeno em
uma corrente, ele vai tentar, e tentar escapar daquele espaço querendo
descobrir novas coisas. Com o tempo vai acreditar que nunca conseguirá e assim
podemos amarrá-lo, domá-lo e usá-lo para o que quisermos. Com uma pequena
corda, ou até um barbante podemos segurá-lo. Enquanto estiver alimentado em sua
zona de conforto, este pequeno espaço, nunca tentara nada diferente
Pelo que se vê, as crenças limitantes não contribuem para termos uma vida feliz. Mas, não precisamos ficar presos a elas como o elefante, pois é possível resignificar todo acontecimento, independente do molde pelo qual é visto. Ou seja, quando o significado se modifica, as respostas e comportamentos da pessoa também se modificam. Então, se sua felicidade está sendo comprometida por tais crenças, faz-se necessário buscar ajuda psicológica para aprender a libertar a mente e o corpo dessa negatividade limitadora.
Todos os direitos reservados a Julcinéa Maria Tauil (Néa Tauil)
Psicoterapia Beneficia as Pessoas! http://psicologaneatauil.blogspot.com
Fonte da Metáfora: site: otimomesmo.com.br
contato: neatauil@gmail.com
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